Construções com elementos naturais existem desde tempos remotos em diversas áreas do mundo nas quais encontramos exemplos centenários e milenares de casas bioconstruídas. Muitas vezes, as construções eram realizadas com o recurso natural disponível com mais facilidade em sua localidade e/ou região, ajudando a produzir assim, aspectos arquitetônicos e culturais únicos de cada lugar. Algumas regiões são conhecidas por suas construções de bambu como no sudeste asiático, de pedra, por civilizações antigas e de terra, espalhadas pelo globo terrestre. As técnicas podem derivar de outras finalidades, como o caso das casas de terra ensacada de hiper ou superadobe, que surgem a partir das trincheiras de segurança utilizadas na Primeira Guerra Mundial.
No Brasil encontramos tradicionalmente as técnicas de taipa de mão (ou pau-à-pique), taipa de pilão, tijolos de adobe (terra crua), construção com pedra encaixada e ocas indígenas. Cidades históricas brasileiras são vitrines vivas de construções naturais feitas a base de terra como de taipa, adobe e/ou pedras.
A exploração intensa e massiva do planeta tem gerado grandes consequências para a vida de todos os seres vivos que aqui habitam com aumento, nos últimos anos, da reflexão sobre novos modos de vida, seja por parte da sociedade civil, comunidade científica e empresarial.
Com o advento da pandemia, repensar novos rumos ficou ainda mais presente para a nossa sociedade, especialmente, a dos grandes centros urbanos. O êxodo urbano foi bem potencializado nesse momento, aumentando o desejo por viver de forma mais integrada aos ambientes naturais. Nesse cenário, o interesse pela bioconstrução tem aumentado bastante, ainda que exista preconceito com as construções com terra associada a uma ideia de vulnerabilidade e pobreza.
É fato que a bioconstrução favorece muito a autoconstrução, viabilizando a moradia para muitas pessoas. No entanto, essa mão de obra é especializada, o que faz com não seja tão barata e acessível para quem não pode ou não deseja autoconstruir.
É importante dizer que cada vez mais, no Brasil e no mundo, as mulheres têm tomado a frente na área da bioconstrução. A Coletiva Moçabarro integra a rede @mulheresnabioconstrucao, de onde surgem diversas iniciativas de valorização e visibilidade do trabalho feminino.
Por fim, vale destacar que bioconstruir é fazer coro com a proposta de construção de uma cultura humana regenerativa.
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